Águia de Pouso
Águia Sem Pouso
Águia sem Repouso
no princípio ficou
tudo claro,
no fim, só
acertamos
o rebarbo.
ficaram tediosos
os alvos dias,
sem ao menos saber
de quem eram.
meia-sorte
de quem é dono
dos dias
é também
dono de toda
a vida
e da imensa
morte !
se donos tinham
eram,
ora! dos bentos!
dias meus!
dias seus!
e todo
me
pergunto:
que fase
é essa
que só
me perco
dentro
de mim?
igual à lilases,
sem nascer !
de tudo que
restou,
de pronto,
ficou pouco.
um par de roupas,
quinquilharias
de homem, e uma
dor sofrida que
dela sobrou,
na terra lenta,
sou de lastro,
e lá sou apelidado
de cata-vento!
e, ainda,
sendo lá um
dos
menos.
E roda pra cá,
e vira pra lá.
hoje, apenas
restou a imagem,
minha e dela,
que nem o basto
espelho gostou !
virei águia
sem pouso,
virei guia
dos poucos !
José Kappel
Enviado por José Kappel em 11/05/2006
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