AGASALHO...

O agasalho que me cobre

Rasgado como é o meu destino,

Sentimentos que eu tenho como nobre

São lagrimas que a face já descobre

No bailar dos sons de um violino...

Púrpura de luz a solidão

Deste corpo transeunte já sem vida,

As lagrimas das correntes ilusão

Naufraga de amor o coração

Morrendo de amor na despedida...

Vejo o divã no canto desprezado

No afã do virginal encanto

Vejo nos olhos semblante amargurado,

Palhaço de porcelana acordado

Sentindo de soberba o meu pranto...

De mansinho, de mansinho o meu frio...

Me aquece como pode o agasalho

Serpentes de esperança meu vazio,

Na barcaça sem destino neste rio

A gota pequenina do orvalho...

Gilberto Júnior
Enviado por Gilberto Júnior em 18/04/2009
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