A Paz Comum

Dor de cabeça

Desconforto

Desassossego

Desapego

Medo

Não importa,os motivos são muitos e a vida, uma só.

Por isso, desencrava esta culpa que está tudo bem.

Não há mal nenhum em não fazer o que ninguém

Faz

Anos,

Meses,

Horas,

Faltam muitas.

Faltam obras,

Fazem falta,

Mas você tem a sua própria enxaqueca para criar.

E a luxúria,

E o sossego,

E a anemia de uma vida segura

Vaselinada por palavras perigosas,

Porque o atrito é ficto

E o gozo também.

Não há mal nenhum em ser só homem de bem.

Veste o corpo, capacete,

Leva a espada e o colete,

Faz de conta e depois desmarca,

Mais vale o festim que a rajada.

Pega o ônibus, se esconde na frente,

Que a vida não lhe raspa (mas passa rente).

Sua sorte é ela se confundir no meio de tanta gente

Igual

A ontem, lê seus versos, se envaidece,

Se masturba, reza e adormece

E não se esquece, nem por segundo,

De quão aconchegante é o travesseiro chamado "Todo Mundo".

06/11/08

0h41

Rodrigo Fróes
Enviado por Rodrigo Fróes em 19/04/2009
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