Sepulto Alado
Sou angustioso e perolado,
por argamassa de cimento,
por pontes de três traves.
Sou a chave e a perdedura,
sou a chama, o fogo, a meia-luz,
a dor de todos, o trio de um par.
Canto cotovias e vãos do
além mar.
Nas manhãs de Carnaval
sou braseiro de solidão
Sou impuro e gasto!
Mas de inocente tenho de pouco,
tenho classe especial,
de chorar saudades,
sempre que vejo algum amor
nascer
e o meu sepultado,
bem alado!
José Kappel
Enviado por José Kappel em 13/05/2006
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