Tear Humano

Hoje superei o limite de minha paciência,

como um pequeno fio no tear humano.

Troca de roupa,

equilibra-se no ar o salto na passarela habitual.

No palco falta luz.

No teatro, marionetes são meros brinquedos e a

sua atuação me fascina.

Na desova do desespero,

no conteúdo da casca há uma interrogação, parte do seu ser.

Na praça ruidosa e dispersiva,

espero sobre um banco frio e incômodo,

a ausência do medo intimista.

Café no copo.

No bilhete despi palavras,

meu ponto final é uma raiva furor

que extrai da tinta esferográfica.

As melodias do seu violino,

infantis e de iniciantes,

formam uma canção tímida em desarmonia.

Não sei ler partituras.

Nossos simbolismos

são como um ato tentável,

que se perdeu ao acaso.

2002

Aglaé Meinberg
Enviado por Aglaé Meinberg em 17/05/2006
Reeditado em 28/05/2008
Código do texto: T157755