PARA SEMPRE, NUNCA MAIS (revisado)
Para sempre é muito tempo.
Tempo demais.
No sempre, o tempo que vem
e o que ficou lá atrás.
Nele cabe o nunca,
como cabe no nada o tudo.
Para sempre é o agora.
O aqui é o mundo.
Nunca mais é a mesma hora.
Lugar nenhum. É tudo.
Para sempre é uma ilusão
que mora dentro da mente.
Não serve ao coração.
Nunca mais é como sempre.
Sempre rondando a mente,
com as manhas da cabeça
e driblando o coração.
Não tem sempre,
nunca também não há.
O que há é esse instante
que já acaba de passar.
Para sempre esgota as chances
de ter o agora nas mãos,
como o nunca traz nuances
de uma sutil ilusão
de ter sob nosso controle
o que é só uma presunção.
Sempre é tempo demais:
carrega o mesmo peso
de se dizer nunca mais.