SEGREDOS DA MINHA ALMA

São os meus olhos

Toda a luz

Dançando com cada movimento

Dos olhos teus

É a minha boca

Sedenta de beijos

Bebendo nos lábios teus

São os meus dedos,

Cegos, loucos,

Moucos,

Percorrendo teus contornos

Como quem pudessem dizer a minha alma,

Etérea,

Luzidia,

Fugidia dos meus limites,

Qual é a sensação de tê-la entre as mãos.

E minha alma, sem forma,

Fluindo em arranjos e rearranjos

Por todos os vãos e desvãos dos meus dedos,

Ao redor de mim e de minhas mãos,

Como quem pudesse sentir o que é calor.

Sem nada, ela não vê que dança com a tua

Todo o desejo de ser corpo

Para tocarem-se.

Sem nada, instigam braços e mãos, pernas e corpos

Em abraços e toques sutis

Até a voz dizer coisas ininteligíveis

E todo o frêmito de cada fibra

Vibrar de desejo de fundir-se com os teus.

Sem nada, no toque mais íntimo da carne,

Gritam também suas vozes estranhas

No momento em que o desconhecido se abre

Numa fração de eterno

Onde tudo parece se único.

Alma, minha alma,

Habitante do meu corpo,

Por isso não me deixas...

Chico Steffanello
Enviado por Chico Steffanello em 20/05/2006
Código do texto: T159825
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