Plantação

Essa terra estéril em mim tão revirada

do raiar da manhã ao fim da tarde

guarda em seu seio as sementes

dos poemas ainda não germinados.

Tantos motes plantados em silêncio

dormitam preguiçosos sob o sol;

esse sol inclemente ao meio-dia

que, cansado se vai quando entardece

e na pálida luz da madrugada

um orvalho de mim gera rebentos

dos poemas nascidos, mal-formados...

Passa o tempo e a terra antes deserta

amanhece coberta, relva tímida;

a poesia brota finalmente nesse chão

e talvez dê frutos – talvez não...

A incerteza da estação não desanima

e se – talvez – nascer um alimento

ele terá gosto de sonho – esse é meu pão

e dele eu vivo e me sustento!

Poeteiro
Enviado por Poeteiro em 22/05/2009
Código do texto: T1608324
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