AVISO PRÉVIO
quando eu morrer
não entoem hinos fúnebres
retóricas medíocres
ou cansativas ladainhas
escondam do meu juízo
os efêmeros elogios
e as pífias condolências
dos manuais de etiqueta
a morte não conduz a santidade
nem isenta a culpa de viver
deixem ao monólogo do silêncio
a inconstância dos festejos
digam sem pressa uma prece
ou um poema inexato
daqueles bem fingido
porque morrer é o supremo ato
de fingir não estar vivo.