Céu No Coração
Meus pares partiram,
Meu cinzel quebrou
a orgia da forma
tomou vida
e se tornou morte.
Agora, só e de ânsias,
procuro trilhas que
lá atrás deixei.
Arrependido de pelo
menos uma semente
não ter plantado,
no jardim já cultivado.
Assim, se alguém,
de bruço, encontrar
um homem estendido
numa lapidada calçada,
não se agrave:
sou eu.
Eu que perdi sem saber,
estava ganhando e larguei,
sobras festeiras;
mais veio o sudeste
e me levou à montanha
e de lá,me fez justiça:
um vento forte de saudade,
me apunhalou.
Por causa, por causa justa,
perco minha vida,
mas, guardo, com
mero carinho,
sua lembrança de duas
mãos entreladas e um
corpo mágico que, como magia,
desapareceu e mora em qualquer
céu de um outro coração.
José Kappel
Enviado por José Kappel em 24/05/2006
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