Kairós
Sentei-me à beira do rio,
e logo me veio a mente
o passar do tempo, como as águas correntes.
Qual o mistério desse escoar dos dias?
E o relógio sempre a lembrar que o tempo foge,
que vai acabar mais um dia...
Em mãos invisíveis deita-se esse fio de momentos,
revelando-se o começo e o fim,
e em algum ponto dessa seqüência de contas estamos
caminhando para o ômega advento.
Gostaria de ser um arcanjo,
para desse crônos me subtrair,
poder entrar e sair dessa lenta procissão de segundos,
no momento em que minhas asas fossem abrir...
Mas aprendi com as montanhas a viver num diferente tempo,
agora vivo o kairós, que é um outro momento;
é o tempo da sensibilidade, usufruído e fruído
com prazer paz e serenidade,
Sim, agora vivo a pura liberdade!