Kairós

Sentei-me à beira do rio,

e logo me veio a mente

o passar do tempo, como as águas correntes.

Qual o mistério desse escoar dos dias?

E o relógio sempre a lembrar que o tempo foge,

que vai acabar mais um dia...

Em mãos invisíveis deita-se esse fio de momentos,

revelando-se o começo e o fim,

e em algum ponto dessa seqüência de contas estamos

caminhando para o ômega advento.

Gostaria de ser um arcanjo,

para desse crônos me subtrair,

poder entrar e sair dessa lenta procissão de segundos,

no momento em que minhas asas fossem abrir...

Mas aprendi com as montanhas a viver num diferente tempo,

agora vivo o kairós, que é um outro momento;

é o tempo da sensibilidade, usufruído e fruído

com prazer paz e serenidade,

Sim, agora vivo a pura liberdade!

Katia Silene Ceregatto Venturoli
Enviado por Katia Silene Ceregatto Venturoli em 24/05/2006
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