Destino

(...) como se um toque de mãos,

prendesse uma fatia de sol

líquida de emoções

a transbordar de mim

em mim, como artifício vão,

numa implosão do fim.

O toque esfria a posse

a arder em fogos, outros.

Sofro de arritmias e tosse

e hei de morrer de amor

repleto de penduricalhos

em folhetim arte decô.

Desfalecida em veludo grená

sob abajur de mil cores...

...De marfim, camafeu

prende adamascada palidez

e suspiros de tafetá

onde, menos que eu,

realça em minha tez

cristais de Minas das lavras

lacrimais ilusões da minhas lavra

pois que, antes d'antes

_e já era uma vez_

condenaram-me a morar

nos nichos das palavras.

TO...maio de 2009