RÉQUIEM VOCABULAR
O seco saco da estátua
O sacro seco veio d'água
O rosto sapo do ente
O sonho
Tão de repente
A palavra procura um pouso.
O inseto
Em dentro vôo:
O que voa?
O inseto ou o lugar onde está?
Em cada dia que passa
Vejo sua água parada
Seus peixes fora do aquário
Alguns minutos dormindo séculos
E o vácuo das bolhas guardando cidades...
Haverão dias melhores
Haverão dias piores
Haverá alguém na multidão
Que ainda saiba estender a mão?
Quanto mais abraço o silêncio
Mais escuto pessoas rezando
À volta dos túmulos, nos templos,
Querendo ouvir dos mortos
O que as pessoas não conseguem mais dizer.
Preto Moreno
Preto Moreno
Enviado por Preto Moreno em 26/05/2006
Reeditado em 27/05/2006
Código do texto: T163422