Naquela noite

Naquela noite eu te vi dançar.

Estavas alegre, solta, leve,

ao som de um conjunto

tocando rocks e sambas-canção,

a casa cheia, pista repleta,

um convite à paixão.

Naquela noite te ouvi falar.

Uma fala calma, firme,

voz doce, sensual,

falavas da vida, do amor,

sussurravas ao ouvido

sons que não se traduzem,

que não se escrevem.

Naquela noite eu te vi amar.

Plena, exultante, feliz,

tua face e teu corpo falavam

a linguagem do amor.

Eras toda amor, só beleza,

eras o que eu esperava

da vida, de ti, de tudo.

Naquela noite eu te vi partir.

Um beijo simples, apressado,

um até logo triste,

uma certeza do reencontro

misturada à dúvida

que a separação deixava.

Naquela noite não mais te vi.