Hotel Trombose

Tem puta.

Cafetão. Leitinho quente.

Tem sacanagem a cabo.

Gemido de filme. Fita cacete.

Tem velho com criança pequena.

Que baba de dor. De medo. De tesão.

Tem gente levando por fora.

Por trás. Por onde. Porque?

Tem pedido pra tomar esporro do céu.

Da boca.

Tem documento 3x4.

Amassado na cara.

Tem mão fora de hora.

Na garagem. Na escada. Na boa.

Tem um suco preto do dia.

Na parede do doido.

Tem crime hediondo.

Sem culpa. Calado.

Tem um coágulo que treme vermelho.

Grosso. Salgado.

E tem hotel.

E tem trombose.

E tem reserva.

E tem um nome.

Riscado. Com sangue.

O seu.

Texto premiado no IV Concurso Poesia Falada, no espaço Parlapatões.

Assista ao vídeo da leitura do texto:

http://www.youtube.com/watch?v=jYT4l8uRH5E

Felipe Valério
Enviado por Felipe Valério em 12/06/2009
Reeditado em 12/06/2009
Código do texto: T1645758
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