A mulher em prosa e verso

A mulher em prosa,

não é mensurável,

tão pouco limita-se,

no entanto cabe a medida certa.

É parte de tudo

envolve o nada

está acima

das pequenas coisas

flutua sobre a terra.

Faces ocultas

Pairam sobre o céu

entre doces véus

perfume sedutor.

O encontro.

Não há tempo

futuro inconstante.

Brincar com nomes

papéis ao vento.

Então será, o que quiser

terá o consentimento de Deus.

Com braços e olhos abertos,

para outra direção,

em algum lugar!

Qualquer lugar!

Onde haja descanso para a alma.

Pó de mármore

esculpe no silêncio

sólidas pessoas.

Em busca do belo,

em busca do nada,

pela janela,

flores crescem.

Ciclo da vida !

Dentre passos cadenciados,

firmes.

De mãos dadas com a vida

frente ao calendário secular.

Não há pressa.

Há presença.

Completando todo o ser.

A mulher em verso

oculta-se no inverso

conjuntura maior,

dentre regras e gêneros

fita métrica dos sentimentos.

Amparo dos homens

não há dragões ou heróis

apenas a rejeição do eco .

Melhores tempos

risos e canções

dores de amores

calcárias ilusões.

O frio, o pesar.

Serás a mulher necessária?

Tão pouco existe!

A revolta

nas pontas dos pés

direciona-se o objetivo.

O corpo grita

em gestos loucos

a fúria verde.

Apressa-te mulher

à procura de algo para viver.

Sonhando...

... passageiros sem vôo.

Dos resíduos insiste o Por quê ?

transborda o medo da solidão.

Em ser mulher.

Concurso Internacional Mulher em Prosa e Verso com Poesia Finalista publicada pela Editora Alba em 1997.

Aglaé Meinberg
Enviado por Aglaé Meinberg em 29/05/2006
Reeditado em 25/11/2008
Código do texto: T165319