Sonhos que sonhei

eram de fato

inesperados

mas eram sonhos que eu quis

um amor, uma Lua

um feitiço

ingredientes de uma história

que fosse vivida

por mim

E abandonei-me a ela

trançando fitas e laços, brilhantes como cetim

E rí os meus risos sem pejos

carinhos, afagos e beijos

permiti-me tudo enfim

Já tinha eu cicatrizes

alguns sentimentos alquebrados

num passado malfadado

agora, poeira de mim.

Mas a cada novo traçado,

nas entrelinhas bordado,

vi-me em cumplicidade

com o amor maturado

E por um tropeço, um esbarrão,

o enredo, ainda em começo

não teve um surpreendente fim.

Restaram-me a Lua,

as estrelas e as lágrimas

refugiadas em mim!