Caixinha de maldade

Suas falas troam como arrotos crônicos,

fétidos barulhos expelidos sem dó.

Na língua bífida pululam sinônimos

ansiosos por amarrarem apertado nó.

Não te coabitam graça e harmonia;

A beleza porque carece da elegância

A delicadeza pela falta de tato.

És anunciação gentil de uma alma de rato.

Destilas o fel malicioso da peçonha

sutilmente revestida de polidez.

Onde será que fica a vergonha

andando em par com tanta mesquinhez?

Baba a gosma que nutre tua maldade,

Só Pandora te conhece a intimidade.

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 27/06/2009
Código do texto: T1670714
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