Caixinha de maldade
Suas falas troam como arrotos crônicos,
fétidos barulhos expelidos sem dó.
Na língua bífida pululam sinônimos
ansiosos por amarrarem apertado nó.
Não te coabitam graça e harmonia;
A beleza porque carece da elegância
A delicadeza pela falta de tato.
És anunciação gentil de uma alma de rato.
Destilas o fel malicioso da peçonha
sutilmente revestida de polidez.
Onde será que fica a vergonha
andando em par com tanta mesquinhez?
Baba a gosma que nutre tua maldade,
Só Pandora te conhece a intimidade.