Pecado
Angélica T. Almstadter
Foges do teu pecado, pois a alma te condena
No mundo desgarrado, mais ela se apequena;
Enquanto distante, tanto mais a angústia te apena
Foges do teu desejo, pois que a carne te envenena.
Do corpo, morada e desatino desenfreado;
Levas o insuspeito domínio aparentado,
Então longe do pecado, escondes o recado,
Que a cabeça já reconhece como desbotado.
Foges do anseio que tanto a alma padece,
Longe não há que provar o que não acontece;
Das chamas que só experimentas em prece,
Vestígio da vertigem que sem pudor, envelhece.