Serenidade.

Qual voz que ergue em desespero,

Meu grito viaja por campos de sonho

A buscar a fantasia que veste nossa vida.

E de portas de armário colho as esperanças

Penduradas em desejos que surgem.

Sinto a doçura de manhãs ensolaradas

Adentrar a superfície calma da mente,

Onde reina a palavra escrita do seu corpo.

Beija a flor na cabeceira o beija-flor

E levanta-se a alma a cantar poesia.

De sons externos passa esse cansaço

Que em igual paixão encaixa amor.

Tudo enovela o cúmulo de sentir ferver

A música suave com que desperta

Minh’alma, faceira menina a brincar.

Beijos beijam meus lábios em dança

De bocas unidas ao céu que constroem

A inocente regra que rege o misturar

De nossos corpos na natureza a espera

Do que produzimos ao unir-nos.

Do cinza que pode ter surgido

O branco ilumina a esfera que nos envolve

Quando escorrega em minhas tranças

O sol de hoje a quem damos calor

No progredir de um dia amando-nos.

Eliane Alcântara
Enviado por Eliane Alcântara em 14/05/2005
Código do texto: T16919