Serenidade.
Qual voz que ergue em desespero,
Meu grito viaja por campos de sonho
A buscar a fantasia que veste nossa vida.
E de portas de armário colho as esperanças
Penduradas em desejos que surgem.
Sinto a doçura de manhãs ensolaradas
Adentrar a superfície calma da mente,
Onde reina a palavra escrita do seu corpo.
Beija a flor na cabeceira o beija-flor
E levanta-se a alma a cantar poesia.
De sons externos passa esse cansaço
Que em igual paixão encaixa amor.
Tudo enovela o cúmulo de sentir ferver
A música suave com que desperta
Minh’alma, faceira menina a brincar.
Beijos beijam meus lábios em dança
De bocas unidas ao céu que constroem
A inocente regra que rege o misturar
De nossos corpos na natureza a espera
Do que produzimos ao unir-nos.
Do cinza que pode ter surgido
O branco ilumina a esfera que nos envolve
Quando escorrega em minhas tranças
O sol de hoje a quem damos calor
No progredir de um dia amando-nos.