Prelúdio.

Meu corpo chora saudade

na agonia dos toques

a deslizarem prazeres entusiasmados

na cama quieta, vazia.

Minha pele suada respira

seus dedos macios introduzidos

em meus cabelos soltos.

Faço um carinho no rosto,

palpito taras, clamo lambidas,

enterro minhas pernas no cobertor.

Minhas mãos cansadas provocam,

minha voz ecoa gemendo um grito.

Arranho a parede, descasco o gozo,

sinalizo perigo ao espelho,

abro a mente, sigo demente.

O relógio corre, corre...

Sua falta arde, incendeia.

São quinze para qualquer hora...

É hora! Agora! Depois!

O sabonete escorrega, espuma.

Quero estar pronta, ingênua malícia,

para derreter aos afagos seus

quando chegar o instante

de ser além de amante, amada.

Eliane Alcântara
Enviado por Eliane Alcântara em 14/05/2005
Código do texto: T16921