É sempre um outro passo
Eu minto no escuro
crio um sonho nulo
erro no meu texto
peco por que juro
calo quando temo
perco o meu contexto
tento um desabafo
caio por que emperro
berro no vazio
tanto que me estafo
seco no meu grito
creio no meu eco
corro sem ter rumo
remo sempre contra
busco quase um mito
trombo sempre o beco
bebo a mesma água
respiro o mesmo fumo
escarro o meu desgosto
gesto que me mata
canto a mesma nota
noto esse marasmo
paro quase paro
e o passo continua.