Subversiva

Eu, numa redoma de vidro

Pairando sobre o abismo

Sob teu olhar ígneo

Dançando entre cactos e espinhos

Eu, uma lágrima incerta

Na dor de um parto

Um grito abafado

Pelos que não me deixam ser quem sou

Eu num mar consternado de sensações efêmeras

Afogando-me nas perdas

Lastimando as labaredas do teu sexo

Que só me queimam mais

Eu, silêncio abstrato preso nos teus lábios

Confluência insípida de rios salgados

Lágrimas, choro, soluços e desabafos

Defeitos mútuos na confraria do imperfeito

Eu fui o alvo errado por total abstração do punhal da solidão

Luyzla Garrido
Enviado por Luyzla Garrido em 07/06/2006
Reeditado em 07/06/2006
Código do texto: T171386