Subversiva
Eu, numa redoma de vidro
Pairando sobre o abismo
Sob teu olhar ígneo
Dançando entre cactos e espinhos
Eu, uma lágrima incerta
Na dor de um parto
Um grito abafado
Pelos que não me deixam ser quem sou
Eu num mar consternado de sensações efêmeras
Afogando-me nas perdas
Lastimando as labaredas do teu sexo
Que só me queimam mais
Eu, silêncio abstrato preso nos teus lábios
Confluência insípida de rios salgados
Lágrimas, choro, soluços e desabafos
Defeitos mútuos na confraria do imperfeito
Eu fui o alvo errado por total abstração do punhal da solidão