Sempre Pagú

Angélica T. Almstadter

Repense meu espaço minha força,

Acha que se concentra nos meus braços?

Quer que eu me esforce e me torça?

Tente a cerzidura dos meus laços.

Você desconhece a textura da minha mente,

Fure meus olhos, meus braços ampute,

Não me tornarás uma muda inocente,

Pois impeça que eu me atreva, que eu lute;

Verá que cruel e gentil criatura se esconde,

Na pele da santa e frágil insensatez.

É só procurar e você já sabe por onde;

No ajunte da minha vasta aridez.

Em que vão se esconde meu manancial?

Talvez nem eu o saiba, conscientemente.

Me provoque e verá a ponta do potencial,

Frente e verso em desague inconseqüente.

Nem freira nem puta; mulher até a raiz,

Mais macho que muito homem; por competência;

Altiva e orgulhosa sem a dureza na cerviz,

Mulher por escolha, inteiramente, por consciência.

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 15/05/2005
Código do texto: T17157
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