Garganta
Angélica T. Almstadter
As poesias que deixei no teu colo
Sorriram...ah essas meninas vadias
Saltaram dos teus olhos pelo solo
Caindo como pétalas frias
Como menina que sonha
Sob a luz do abajour acesa
Bebi sem ti...a noite tristonha
Calada...perdida...indefesa
A poesia presa na garganta
Trancou a fala...secou o sorriso
Quando a inspiração já era tanta
Beirando a loucura se preciso
O beijo resvalado pela fresta
Entrou e fez morada na tua boca
Passou a noite fazendo seresta
E como a hora ficou pouca
E a paixão cada dia mais explícita
Toda urgência ficou rouca...