COMA

Acordei de um sono profundo

Mais longo que o espaço entre mim e o eterno

À minha frente, dias turvos

Como águas que arrastam o que há entre o céu e o inferno

..sabia quem eu era, mas não sentia minha própria essência;

como quem sabe onde está e não sente nada sob os pés

Descobri coisas que na verdade eu já sabia

Reouvera coisas que nunca deixaram de ser minhas

Não havia como me tornar outra pessoa

então eu me perdi.

Via-me como jamais havia visto

mas não sentia nada

eu era a estrada, não o mendigo

Não sei em que momento voltei a sentir

...tantos olhos se abriram ao meu porvir

Reencontrei a chuva fria

e o asfalto quente

Todas as dores do mundo

a fé ausente

Voltei a chorar... a emergir

Parei de cantar... de sorrir

tentando entender o que sempre esteve em mim

...então...

Descansei... agradeci...

E entendi

Toda dor que senti me fez voltar a viver

Pois toda dor que sentir será proporcional ao prazer.