HOMENS AO MAR
Portos podres, moleixes, baques,
Um surto, oficial furto da vida alheia,
Escamas, mamas, cações,
Pedradas no topo do mastro,
Vingativos corações...
Não, não tenho ilusão,
O mar molhado e o porto seco,
Não vejo mais não
Um anzol coeso
E nenhuma emoção...
Fotos de dorsos, de canelas, monstros,
Um avião para o vôo fatal, pronto,
Karma quase indecente,
Cheio de gente, o porto,
Estivada, sem mal...
Ah...animal...animal que domina o homem,
Ente imortal...
Na beira do cais, no gomo da corda,
No frio da brisa, pirata irreal...
Poéticas cestas, sutís divisões,
Montanhas de seixos,
Doentes cisões...
Portos sem dentes, sutís tubarões,
Razões da idade, da vida covarde,
O próximo ao mar,
Ao mar, de verdade...
Preto Moreno
Preto Moreno
Enviado por Preto Moreno em 10/06/2006
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