A gaivota que não nasceu

Queria ser uma gaivota,

Capaz de voar por todas as rotas.

Seria branca como alva alma,

Teria beleza e candura,

E cantaria qualquer nota com formosura.

Se gaivota fosse,

Voaria sobre horizontes intrépidos,

Conheceria destinos épicos,

Pousaria em cada enseada,

E faria da vida uma canção toada.

Gaivota seria eu,

Se não fosse ateu,

E sem nenhuma vaidade,

Buscasse uma realidade,

De amor com tenacidade.

Gaivota teria sido,

Se não tivesse me escondido,

Se conquistasse a posição alada,

Para viver toda balada,

E morrer de morte amada.

Gaivota não fui,

Porque o temor intuiu,

Deixei então de viver o amor que defluiu,

Na razão do coração solitário,

Que insiste em não ser solidário.

selene
Enviado por selene em 10/06/2006
Código do texto: T172979