EMPRESTA-ME TUAS ASAS?

Sei que lá atrás

eu te pedi para não pensar adiante.

Pra ser exata, não foi pedido,

muito mais, imposição.

Sei que te proibi o futuro,

escondida atrás de um muro

de incerteza e confusão.

Sei que os meus medos

foram tesouras nas tuas asas.

Além das tuas asas cortadas,

plantei uma cerca de espinhos,

que furaram teus olhos

e fecharam caminhos.

Mas antes pedi mais:

pedi que fizesses de conta.

Sei disso. De tudo.

Mea culpa, mea máxima culpa.

Agora quem voa sou eu.

Será que me emprestas

as asas,

aquelas que o amor te deu

e que fizeste de conta

que me deixavas cortar,

sabendo que a cega era eu?

Débora Denadai
Enviado por Débora Denadai em 16/05/2005
Reeditado em 16/05/2005
Código do texto: T17352
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