UM REINO

Quando o rei ausente

em plena presença

finca nas raízes do infante

importante flechas de nada

ele está plantando sementes

que sangrarão em vez de florescerem.

Os fluxos manchados escorrem

silenciosos pela memória ativa

despertando dores esquecidas,

trazendo à mente lúcida

razões ocultas de um presente

tão mortificado e culpado.

A simpática imagem revivida

não apaga signos do inconsciente.

O rei não soube jamais reinar.

Otávio Coral
Enviado por Otávio Coral em 18/05/2005
Código do texto: T17649