GAZAL DA ORGIA

A noite penumbra nossa face

Iluminando a desmedida fantasia

De te amar na calçada da rua

Como se fosse uma vadia

O calor da boca tua me consome

Fere a carne e acaricia.

De possuído te faço possuída

Com volúpia que me pedias

O sol tinge a linha do horizonte

Revelando que o inesperado acontecia

Que no pesadelo da sua insônia

Uma sombra a tudo assistia

O notívago liberta-se do abrigo

Com ébrio o vulto se movia

Para, pede cigarro e isqueiro

Para brindar nossa noite de orgia.

Antonio Virgilio Andrade
Enviado por Antonio Virgilio Andrade em 18/05/2005
Código do texto: T17782