MAIO MADURO MAIO

A cadelinha vira-lata lambia a placenta

Que ainda repousava sobre as pupilas virgens

Da cria recém-nascida

E sua primeira impressão do mundo:

Um teto azul e branco,

E o ar recendendo a restos de comida em

[decomposição

Mal ultrapassada a primeira quinzena

O mês pendia bojudo entre os galhos do

[calendário

A vida parecia auto fecundar-se

E para o fruto, quase caindo

Alguns olhavam com amargo desgosto

Esperando a hora de saciar-se

Com seu triste

(mesocarpo)

* * *

Goiânia, 23 de Abril de 2006

Glauber Ramos
Enviado por Glauber Ramos em 19/06/2006
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