Nós do novelo.

Ele veio e sorriu.

Olhou minha alma e a domou.

Quase tocou meu mundo... escorregou.

Queria amar, apenas amar.

Não me prometeu nada e

me deu o céu com tudo.

Vida doida essa

em que tudo se encontra

e nada se alcança.

Ele veio tão menino

e saiu homem me transformando em feto.

Ele queria o definido contorno.

Me recriou com sua experiência,

me instigou o desenrolar do novelo

e ficamos presos nos fios.

Tínhamos a saída.

As pontas do fio ainda eram vistas.

Mas, retas não sabíamos qual delas era o início.

E o início não importava.

Ele veio, saiu. Voltou.

Estamos emaranhados em nós

com os nós da linha.

Eliane Alcântara
Enviado por Eliane Alcântara em 19/05/2005
Código do texto: T17932