MEMORIAIS

Pendem crisálidas

Do teto de uma sala

Fria e mal iluminada

À tarde,

No ventre veludoso da pupa

[dormia

Ainda que fresca da manhã

Uma lembrança do dia

Mas quando se pensa se revive

A força da lembrança do dia

Eis que ela precipita

No exterior

Sob a natureza aérea de sedentas

Asas de borboleta

Todavia,

Quando para sempre esquecidas

Elas – as lembranças

Sobre si definham

O continente de veludo desidratado

[pelo frio

Condensando-as em eternos

Diamantes

* * *

Goiânia, 29 de abril de 2006

Glauber Ramos
Enviado por Glauber Ramos em 20/06/2006
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