MEMORIAIS
Pendem crisálidas
Do teto de uma sala
Fria e mal iluminada
À tarde,
No ventre veludoso da pupa
[dormia
Ainda que fresca da manhã
Uma lembrança do dia
Mas quando se pensa se revive
A força da lembrança do dia
Eis que ela precipita
No exterior
Sob a natureza aérea de sedentas
Asas de borboleta
Todavia,
Quando para sempre esquecidas
Elas – as lembranças
Sobre si definham
O continente de veludo desidratado
[pelo frio
Condensando-as em eternos
Diamantes
* * *
Goiânia, 29 de abril de 2006