O JARDINEIRO E AS ONDAS
Somente dentro das noites
Feitas do mais puro silêncio
(recendendo a cristal virgem)
É que se colhem estrelas
Espalharei delas por aí
Nos céus de tanta gente
E antes de amanhecer
Já deveras fatigado
Repousarei à beira-mar
Cúmplice das ondas e sua eterna
[solidão
Pobres e belas criaturas
Noite e dia arrastando pela areia
Longos vestidos brancos de espuma
Os olhos marinhos fixos no tempo
À espreita do noivo
Que jamais virá
* * *