O JARDINEIRO E AS ONDAS

Somente dentro das noites

Feitas do mais puro silêncio

(recendendo a cristal virgem)

É que se colhem estrelas

Espalharei delas por aí

Nos céus de tanta gente

E antes de amanhecer

Já deveras fatigado

Repousarei à beira-mar

Cúmplice das ondas e sua eterna

[solidão

Pobres e belas criaturas

Noite e dia arrastando pela areia

Longos vestidos brancos de espuma

Os olhos marinhos fixos no tempo

À espreita do noivo

Que jamais virá

* * *

Glauber Ramos
Enviado por Glauber Ramos em 22/06/2006
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