Sou feito do que éramos

Eis que surge, estrela nova, risco novo de brilho no céu.

E quando chove, contento-me com o engraçado ballet das gotas na vidraça, contento-me, mesmo esburacado aqui dentro.

Eu sei, tenho mais o que enxergar no futuro, do que lembrar no passado, e neste ciclo infinito de machuca e cicatriza, os rostos vão sumindo, neblina de dor que o vento dissipa, dia a dia.

Derrubei, quebrei, não impedi a queda de nossas vidas no chão das nossas inseguranças,

Buraco negro de memórias, culpas a prazo, sou feito do que éramos.

Imensidão do escuro, num caminho que balança, medo, medo, mas ainda tenho este momento, e o botão vermelho como garantia.

Thiago Herek
Enviado por Thiago Herek em 15/09/2009
Código do texto: T1812726
Classificação de conteúdo: seguro