Versejando ao vento (II)

(Lisieux)

O vento um dia recebeu uma incumbência

Dada por dois tristes corações apaixonados

A de levar entre eles as reminiscências

Dos mil amores que viveram no passado

E o Vento desde então não tem tranqüilidade

Virou “Garoto de Recados” dos amantes

E leva e traz sonetos plenos de saudade

Rimas de amor e doces sonhos delirantes

E os dois amantes a este Vento são tão gratos

Que todas as noites a ele vêm prestar seu culto

Enquanto ele cicia entre as folhas dos arbustos

E o Vento a eles também dá os seus agrados

Leva seus beijos, faze-lhes carinhos

E nunca deixa que se sintam mais sozinhos...

BH – 11.04.03

(Parte de Elegia ao Vento, em parceria com Henrique Moreira)

lisieux
Enviado por lisieux em 21/05/2005
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