Crítica à Formiga

Crítica à Formiga

Dona Formiga,

Me diga

- se você é minha amiga -

o que foi que aconteceu.

Você tem sua morada

É honesta, é honrada,

É benquista, é amada

Mas a Cigarra sofreu.

Só porque ela cantava

Enquanto você laborava,

Trabalhando como escrava

- você não tinha o direito.

Fechando a porta à Cigarra

Quando ela não tinha garra

Pra suportar a dura barra

- não se age desse jeito.

A Cigarra ali cantando

Estava lhe alegrando

Portanto, executando

O que sabia fazer.

Cada dom que a gente tem

Compartilhemos também

Ajudando sempre alguém

Nesse nosso padecer.

Resposta da Formiga

Sou seu amigo, acredite

Mas não venha com palpite

- pare, veja e bem medite

na minha situação.

Sou honesta, bem sei,

Tudo o que tenho plantei

E a ninguém nunca neguei

Um pedaço do meu pão.

Queria apenas mostrar

Que quem sabe cantar

Pode também trabalhar

Em outras ocasiões.

A Cigarra bem que podia

Cantar de noite, trabalhar de dia

Só assim garantiria

Como eu, suas provisões.

É muito fácil criticar

Sem na verdade meditar

O que aconteceu por cá

O episódio verdadeiro.

Antes de julgar alguém

É necessário também

Se enxergar como convém

Olhando pra si primeiro.

Edivaldo Silva
Enviado por Edivaldo Silva em 07/07/2006
Reeditado em 07/08/2006
Código do texto: T189343