ALÉM

ALÉM

Passo, perpasso, pela Terra...

Adentro, ouço todos os ais,

Testo meus limites na peia

Da minha mente

Leio filosofias de mentes

Outras mentes

E mentem

Presas,

Encadeadas no pensar

Tecem letras empoeiradas

Do pensar sem fim

De se achar ser o ponto final

Daquilo que tem um ponto em si

Denso mergulho de dor...

Meus pares regentes

Da orquestra

Do poder reger

O que se escreve,

Do esconder

O que é essencial ver;

Perpasso suas vozes densas,

Lentas,

Querendo por o ponto final

No que é um ponto em si;

Prisioneiros de si mesmos,

Acodem-se na mesma tragédia,

Longa é a noite, quase eterna,

Do pensar saber-se inteligente

Na ciranda de cegos

Presos à peia

Da matéria densa.

Passo e perpasso

Corredores e mentes

E, na liberdade do vôo,

Contenho a resposta

Do que negas,

Ao tocar-me

Espírito.

Trespasso a Terra

Perpasso dimensões

Aprendo muito além

E no vôo doloroso

Guardo ciência

De não tentar-me

Pensar saber

Porque além dos muros

Toda a imensa luz que vejo é pálida

Muito pálida próxima da luz

Que ainda não posso ver...

Chico Steffanello
Enviado por Chico Steffanello em 30/10/2009
Código do texto: T1896538
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