ALÉM
ALÉM
Passo, perpasso, pela Terra...
Adentro, ouço todos os ais,
Testo meus limites na peia
Da minha mente
Leio filosofias de mentes
Outras mentes
E mentem
Presas,
Encadeadas no pensar
Tecem letras empoeiradas
Do pensar sem fim
De se achar ser o ponto final
Daquilo que tem um ponto em si
Denso mergulho de dor...
Meus pares regentes
Da orquestra
Do poder reger
O que se escreve,
Do esconder
O que é essencial ver;
Perpasso suas vozes densas,
Lentas,
Querendo por o ponto final
No que é um ponto em si;
Prisioneiros de si mesmos,
Acodem-se na mesma tragédia,
Longa é a noite, quase eterna,
Do pensar saber-se inteligente
Na ciranda de cegos
Presos à peia
Da matéria densa.
Passo e perpasso
Corredores e mentes
E, na liberdade do vôo,
Contenho a resposta
Do que negas,
Ao tocar-me
Espírito.
Trespasso a Terra
Perpasso dimensões
Aprendo muito além
E no vôo doloroso
Guardo ciência
De não tentar-me
Pensar saber
Porque além dos muros
Toda a imensa luz que vejo é pálida
Muito pálida próxima da luz
Que ainda não posso ver...