PENÉLOPE
"Canto tua beleza
Que tal força lusca,
Da nascente estrela
Em centelha brusca."
. . .
Tece ela o manto
Sob o olhar do dia,
Que à noite um tanto
Outro igual desfia...
A esperar em côrte
O que lhe foi embora,
Prometido foste
Torná-la senhora...
Sem ousar saber
Do tanger da teia
Que lança a colher
A mortal sereia,
Cumpre pelo mito
Sua sina humana,
Sem lançar um grito
Em paixão insana...
A esperar que volte
Seu Ulisses ido,
Amarrado em poste
Vinga o prometido...
Pois que ele retorna
À sua Penélope,
Inumana forja,
Por amor, velo-te...
Da metade oculta
Outra se lhe tem,
Se em si transmuta
O que foi e vem.
Preto Moreno
Preto Moreno
Enviado por Preto Moreno em 11/07/2006
Código do texto: T191558