Mel dos Inocentes
Na praça amena,
cheia de luzes, pipocas e doces,
cheia de crianças e arcanjos,
batida de vento
fico eu sentado a pensar:
cômodo como uma vela apagada,
relapso como um vento calmo:
como pôde tudo isso acontecer?
O ontem virar hoje,
e o hoje se tornar tão lento
e pesaroso
como uma pedra sem dono?
Minhas amada, desmedida,
partiu levando minha alma.
E estou eu
sem o doce,
com o espírito sem cruz,
a vida
sem restos.
Minha esperança, deixou no vão,
na calçada dos insonssos!
Meu desejo cruxificado em
pães dormidos,
em clarinetas sem maestros,
e, digo de sempre,
lá prá frente,
para os que chegam.
Mel dos inocentes!
onde o amor trai uma vez
nos afoga prá sempre.
José Kappel
Enviado por José Kappel em 11/07/2006
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