IMAGEM: EXTRAÍDA DO GOOGLE

E não tendo para onde ir
Olhava o mar infinito, do porto
Tinha receio do porvir
Esquecera o sentido de sorrir
E julgava-se um mero morto

Fitava com olhos perdidos
O além-mar, além horizonte
Vivia da vida esquecido
Perder amor é tão dolorido
É ter a alma em desmonte

O sol no céu era um estranho
A tocar-lhe a face pálida
O vazio era disforme, sem tamanho
O que afinal havia ele ganho,
Já que a saudade se fazia cálida?

E permanecia nesse transe
No rosto impassível só uma ruga
A lembrar o tempo do romance
O destino lhe negara outra chance
E só lhe restara, enfim a fuga