Em coma

Era um corpo inerte

Olhos cerrados, apagados

Arreflexivos

Não havia medo em sua expressão

Mas não havia expressão alguma para se ver

Sua lápide mal programada deveria esperar

Seus bens logo seriam contados,

e repartidos

Mas seu coração ainda batia

Não havia vida ali, ou havia?

A máquina movimentava seus pulmões

Ele era apenas uma extensão

Uma oportunidade para o adeus

O fim de algo que parecia não acabar

Porque seu coração ainda batia

Sua história não estava mais em seus olhos

e nem ao menos havia rugas

Mas uma pequena tatuagem

para lembrar de seus antigos sentimentos

de suas alegrias

de seus medos

de suas transgressões

Era uma lembrança, que me contava um pouco

do que ele era

Apesar, de naquele momento não ser nada

além de uma simples extensão daquela máquina

Era apenas uma oportunidade para dizer Adeus...