O Amor e o Doente

o amor perguntou ao doente

Por que de amor morre tanta gente

O doente, com muito ardor,

Disse ao amor que no amor

A dor é o que mais se sente.

O amor, muito descontente,

Respondeu que intransigente

É a gente que faz dor

Do que é doce, o amor.

O doente, que de amor era inteligente,

Disse ao amor que valente

É aquele que na dor

Da carência recípoca do amor

Doce o amargo sente.

O amor, agora contente,

Concluiu com o doente

Que amor de gente

É dor que não se sente.