Autocrítica nº1
Sofro o mal do espaço
Da vadiagem nos flancos
Sou morto e empresto avanços
Se meus pés fossem ágeis
Mudaria o lado do disco
Talvez só mesmo eu me ouça viu
As vezes, regrido a temas partidos
A quem me vê, por ora
Com verbos frágeis na ponta dos dedos
Digo que mudo
Mas não sou, definitivamente
Não sou adepto das esquinas
Envolvo-me com a ruga
E não são umas, são tantas!
Enrugo a cada palavra
A cada verso, a cada fuga
Rios de espanto, de sorrisos
E de mal me queres remando
De verbos fracos
Não verborrágicos,
Pois assim eu seria
Uma exclamação atônita
Ruborizo as frases
Emito um caco afônico
E sigo, fiel e casual comigo mesmo