Autocrítica nº1

Sofro o mal do espaço

Da vadiagem nos flancos

Sou morto e empresto avanços

Se meus pés fossem ágeis

Mudaria o lado do disco

Talvez só mesmo eu me ouça viu

As vezes, regrido a temas partidos

A quem me vê, por ora

Com verbos frágeis na ponta dos dedos

Digo que mudo

Mas não sou, definitivamente

Não sou adepto das esquinas

Envolvo-me com a ruga

E não são umas, são tantas!

Enrugo a cada palavra

A cada verso, a cada fuga

Rios de espanto, de sorrisos

E de mal me queres remando

De verbos fracos

Não verborrágicos,

Pois assim eu seria

Uma exclamação atônita

Ruborizo as frases

Emito um caco afônico

E sigo, fiel e casual comigo mesmo

Michell Niero
Enviado por Michell Niero em 11/07/2006
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