Fábrica de olhos

O que há no teu fundo onde eu vejo o vazio

Que faz o meu mundo ser tão doentio

O que existe por trás de toda essa máscara

Me mostra outro gosto sem ser o salgado das lágrimas

Cria minha história e destrói essas mágoas

Ressurge das cinzas implícitas em palavras

Renasce o teu rio desemboca em minhas águas

Desmonta meu eu reconstrói minha estrada

Inventa minha história de uma vida inata

Corrompe meus nós, minhas cordas

Adormece meu medo em teu cheiro

Recria poemas de amor verdadeiro

Traduz o meu erro num simples desejo

De me ver sozinho, escolher meu caminho

Que foge do esperado

E que um dia já nasceu enterrado.