Querer
Querer
Quero eu ainda
surpreender-te como uma chuva.
No esboço da vida quero eu ainda,
tocar em teu silencio
minha preferida canção.
Quero dizer que já não busco uma razão
pra este sentir.
Meus dias se fazem sem que eu me permita pensá-los.
Conduz-me o querer.
Mas eu não quero ensaiar te ver,
quero o momento vivo,
como os animais noturnos nos acordam assustados.
Quero demasiado teu corpo,
navegar teu perfume e aportar em teu seio,
perder-me em teus mistérios.
Quero que me queiras como uma calmaria,
ou como quiseres,
mas quando sentires frio,
toque com os teus, os meus olhos,
estes incitam em mim o calor de um trovão.
Assim eles se fazem...
Quero me exilar em teu sono,
na igualdade do nosso prato de histórias.
Não sopro lamúria ao querer-te,
quero num brado relato
dizer que te amo.
Quero amar-te, como o pássaro
ama o céu sem saber teu nome.
Quero ser forte e límpido a proteger-te,
para que teu querer nunca se cale
e teu lar coração viva repleto
de querer viver.