Querer

Querer

Quero eu ainda

surpreender-te como uma chuva.

No esboço da vida quero eu ainda,

tocar em teu silencio

minha preferida canção.

Quero dizer que já não busco uma razão

pra este sentir.

Meus dias se fazem sem que eu me permita pensá-los.

Conduz-me o querer.

Mas eu não quero ensaiar te ver,

quero o momento vivo,

como os animais noturnos nos acordam assustados.

Quero demasiado teu corpo,

navegar teu perfume e aportar em teu seio,

perder-me em teus mistérios.

Quero que me queiras como uma calmaria,

ou como quiseres,

mas quando sentires frio,

toque com os teus, os meus olhos,

estes incitam em mim o calor de um trovão.

Assim eles se fazem...

Quero me exilar em teu sono,

na igualdade do nosso prato de histórias.

Não sopro lamúria ao querer-te,

quero num brado relato

dizer que te amo.

Quero amar-te, como o pássaro

ama o céu sem saber teu nome.

Quero ser forte e límpido a proteger-te,

para que teu querer nunca se cale

e teu lar coração viva repleto

de querer viver.

Camper
Enviado por Camper em 11/07/2006
Reeditado em 13/05/2011
Código do texto: T192111