a dor que me rói

a dor que ora me rói

não tem feridas aparentes

é uma dor doida de tão doída

que a alma dilacera e mói

até eu trincar os dentes

a dor dói e não sangra vermelho

não tem cortes mas escorre

e eu defronte a esse espelho

molho de lágrimas e porre

a dor que me machuca

sem parar, dói a dor e cutuca

o desejo de não mais desejar

a ânsia louca de amar

o amor que muito maltrata

a alma presa no bico da sinuca

como rasgar a dor ao meio

se nem o punhal de prata

faz doer mais que esse veio

aberto no vão dos seios

a me definhar como viralata

dói como enfarte agudo

essa dor sem coração

não mitiga um segundo

porque tem a fome do mundo

de amor, jamais de razão

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 19/11/2009
Código do texto: T1933236
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