CANÇÃO INVENTADA
Invente uma canção onde eu dance
Com a fúria dos amantes
Com a fome dos tratantes
Que me cale e adormeça...
Construa uma escada onde eu suba
Com a pressa dos pintores
Com o clímax das dores
Que me espalhe e me pereça...
Invente a construção
Onde eu caiba e nada falte
Construa a invenção
Onde eu falte e nada caiba...
E me reste uma canção assoviada
Simples e descomprometida
Para o prédio construido
Para a alma inventada...
Barro, ferro, argamassa,
Onde se construa a nova lua
E a doce madrugada...
Onde o que foi inventado
Seja apenas estrutura
De um simples coração
Em que se anule o pecado
E se instaure a loucura
E que o amor cure a razão.
Preto Moreno
Preto Moreno
Enviado por Preto Moreno em 13/07/2006
Reeditado em 13/07/2006
Código do texto: T193329