Amor porreta

amou? Sentiu a boca secando

quando pressentiu chegar

a hora de dizer adeus?

E que por menor que fosse

a distância, sentiu a dor lancinante

perfurando o peito seu?

Seu amor soube ser desprendido

ao constatar que espaços

cada um precisa do seu?

Soube analisar com brandura

falhas inerentes às suas

sem massacrar ou sofrer?

Soube entender que é uno

e não metades superpostas

já que o lado a lado é que importa?

E para serem dois seres

felizes e plenos, precisam ser inteiros

e não um a metade de outrem?

Se ama assim

pode crer:

O seu amor é porreta!